POLÍTICA COGNITIVA AUTOGESTIONÁRIA
ÉTICA E PRODUÇÃO DE SENTIDO PARTICIPATIVA
Resumo
Esse texto parte da experiência das autoras com a autogestão e com os modos de organização hierárquicos predominantes socialmente, buscando na teoria enativa modos de pensar como a maneira com que as instituições se organizam produzem cognição. Para esse exercício discutimos ética e produção de sentido em uma perspectiva enativa, articulando teoricamente as possibilidades de vivenciar, em diferentes contextos, as regulações coletivas. A partir dessas experiências propomos uma política cognitiva autogestionária, por atentarmos que modos de organização horizontais favorecem o exercício democrático e a legitimação da alteridade, bem como a ampliação das conexões entre os sujeitos que se relacionam de forma mais direta nas negociações do funcionamento do coletivo. Concluímos que essas modulações, ao produzirem condições de acoplamento do sujeito com o meio, atuam no aprendizado ético e nos sentidos que produzimos com os coletivos de que participamos. É por essa razão que é relevante que nos preocupemos com as formas de distribuição do poder nas instituições, e com aspectos práticos como tomada de decisão, de forma mais ou menos participativa.